sexta-feira, novembro 10, 2006

Eram 4 cá dentro e 3 lá fora

“Se a lei for para a frente há o risco da equipa do Ajax se transferir para Milão!”

Calhar no sorteio uma equipa italiana significava necessariamente jogar contra pelo menos 8 italianos. Benfica – Roma, Benfica – Juventos, Benfica – Parma foram mesmo jogos entre portugueses e italianos e tínhamos depois raras excepções brasileiras, suecas, argentinas, colombianas e russas! Num só jogo europeu não podiam estar presentes (sem contemplar árbitros e treinadores) mais que 8 nacionalidades…

Assim era, para jogar nas competições europeias só era possível convocar 3 estrangeiros! Engraçado ter que pensar na estratégia, golos fora, vantagem em casa… Chato não ter o Yuran em Parma! “O gajo teve medo”, repete o M. vezes sem conta, há-de morrer a pensar que a culpa de não termos a taça das Taças é do Toni. Tínhamos grandes estrangeiros na luz… Mozer, Ricardo Gomes, Aldair (era suplente), Preud’Homme, Isaías, Thern, Schwartz, Magnussen…

No campeonato já podíamos utilizar mais um jogador, o William já era assim opção! Central discreto, marcava penalties, um deles num derby por 1-0:) Dou comigo a pensar que hoje deve ser obrigatório só ter 4 do mesmo país… Penso em equipas como o Chelsea, Barcelona, Real, Inter! Comparo com os estrangeiros de há 10 anos e penso que sabia identificar os estrangeiros como tal: o Papin no Milan foi um risco, não pelas liras que por lá nunca faltaram, mas pelo lugar que poderia estar a ocupar em vez de outro estrangeiro mais credível…

Os três holandeses em Milão, os três suecos na Luz, o búlgaro e o dinamarquês em Barcelona! Honras ao Atlethic de Bilbao, não descem a jogar apenas com bascos numa liga bem competitiva. Devo também admitir que o trabalho realizado pelo Sporting é nobre nesse aspecto!

Enfim, a lei Bosman alterou muito, os ricos viram a abertura do mercado do futebol aumentar a probabilidade de vencer mais e mais títulos! Como era difícil ir jogar ao leste, grandes equipas, coesas e sempre perto do 1-0 em casa que, a eliminar, é sempre uma boa vantagem. Devo admitir que com os grupos da liga dos campeões o encanto do 1-0 se vai perdendo.

Vejo futebol há 15 anos, no outro dia fiz com o M. uma lista de estrangeiros que passaram pelo Benfica nestes anos…111, é verdade, 111 jogadores não portugueses neste tempo. A média dá 7 por época. É como se nos últimos anos adquiríssemos 7 estrangeiros na pré-época e dispensássemos outros tantos…

“Com quantos holandeses jogou o Van Gaal esta semana em Barcelona?!”

Lista realizada a 04 de Maio de 2006 (falta pelo menos um mexicano e um grego):
1. Clóvis
2. Akwa
3. Paulão
4. El Hadroui
5. Escalona
6. Machairidis
7. Sokota
8. Jankauskas
9. Panduru
10. Illiev
11. Chano
12. Pringle
13. Taument
14. Gleen Helder
15. Donizete
16. Paulo Nunes
17. Valdo
18. Ricardo Gomes
19. Ronaldo
20. Thomas
21. Pembridge
22. Poborsky
23. Mostovoi
24. Yuran
25. Kulkov
26. Brian Dean
27. Edilson
28. Karadas
29. Karyaka
30. Jamir
31. Paulo Almeida
32. Féher
33. Mauro Airez
34. Leo
35. Luisão
36. Anderson
37. Nélson
38. Zack Torton
39. Moretto
40. André Luis
41. Roger
42. André
43. Cannigia
44. Kandaurov
45. Sabry
46. Amaral (Coveiro)
47. Saunders
48. Gary Charles
49. Hassan
50. King
51. Marcelo
52. Paredão
53. Simanic
54. Isaías
55. Thern
56. Shwartz
57. Strongberg
58. Robert
59. Miccoli
60. Geovanni
61. Beto
62. Preud-Homme
63. Scott Minto
64. Yanick
65. Marchena
66. Zahovic
67. Drulovic
68. Argel
69. Tahar
70. Dos Santos
71. Fyssas
72. Rojas
73. Marcel
74. Magnunssen
75. Anderson (sueco trinco)
76. Ovchinikov
77. Harkness
78. Mantorras
79. Mozer
80. Ailton
81. Bossio
82. Karagounis
83. Manduca
84. Anderson (extremo q nem sei se jogou)
85. Luiz Gostavo
86. Uribe
87. Tote
88. Stanic
89. Vata
90. Filipovic
91. Armando Sá
92. Maouet
93. Van Hoijdonk
94. Deco
95. Éder
96. Júlio César
97. Pesaresi
98. Leónidas
99. Alemão (puto brasileiro que nem chegou a jogar)
100. Okanuwo
101. Valdir
102. Paulo Pereira
103. Hajry
104. William
105. Bermudez
106. Aldair
107. Washigton Rodriguez (mais 1 que nunca jogou)
108. Cristiano
109. Enke
110. Gamarra
111. Delibasic
112. Ivan Dudic

4 Comments:

At 9:18 da tarde, Blogger Jesus said...

O futebol muda como a sociedade em que estamos inseridos não posso dizer se foi bom ou não para o futebol já que os clubes portugueses passavam dificuldades financeiras antes bem como depois. Em relação ao Porto os melhores anos pós-bosman foram quando a equipa tinha menos estrangeiros nas épocas do mourinho onde só jogavam 3 ou 4 estrangeiros no 11, só o Derlei, Alenitchev, Jankauskas, Carlos Alberto e McCarthy é q jogavam regularmente.

O Preud`Homme já é pós-Bosman se não estou em erro, quanto ao Papin acho que era muito credível porque nos anos em que jogou contra o Porto era um pesadelo para a nossa defesa.

Gosto muito deste blog já que aborda o futebol quando comecei a ter interesse por ele.

 
At 10:48 da manhã, Blogger D. said...

Obrigado:)

Vou escrevendo estas memórias pois tenho medo de me esquecer com o passar do tempo - difícl mas possível!

Enqt escrevia lembrei-me que o Mourinho aí no FCP era realmente treinador de uma equipa portuguesa!

Quanto à dúvida:o Preud-Homme chegou ainda no pré-Bosman! em 94-95 o SLB calhou no grupo com o Anderlecht, equipa onde jogava o Bosman! 3-1 cá em Setembro de 94, 2 do Canigia e um do Tavares...

 
At 3:10 da tarde, Blogger Manuel Neves said...

É verdade, vou morrer a culpar o Toni. Aquela tarde de Parma foi deprimente. Quando o Mozer foi expulso senti-me pequenino. O nosso Mozer, o patrão da defesa, aquele gajo mau como as cobras, altamente necessário para aguentar aquilo...
E senti falta do meu pai, porque o jogo foi à tarde e tive que ver o jogo sozinho. Tive medo. Senti-me violentado, com o Benfica a ser roubado e a não lá estar o meu companheiro de sempre para me dar razão.
Sofri muito. Lembro-me que marcávamos os pontapés de baliza e a bola ficava deles. Um massacre insustentável e eu agarrado à almofada, com uma tarde de sol lá fora.
E depois o Sensini.
Mas aquele Benfica era mágico, e na minha inocência de miúdo de 10 anos, acreditei. Com 10, em Parma, com 3 estrangeiros defensivos e com o JVP a levar um amarelo que o impediria de jogar a hipotética final, eu acreditei que íamos fazer o 1-1. Era inocente. Hoje, farto de "levar pancada" acho que me ia poupar a um acreditar tão impossível.
E depois foi aquela bola. O Schwartz entrou na área, vai chutar com o pé esquerdo, vai fazer golo, vamos passar, depois vou contar tudo ao pai, chuta Schwartz chuta, toma, MÃO! PENALTY! MÃO!
Quando o meu pai chegou a casa, encolhemos os dois os ombros. Nunca cheguei a ver o golo do Sensini em telejornais, em repetições, nada.
Um grande, grande abraço para ti, que sentes isto como eu.

M.

 
At 2:53 da tarde, Blogger joaosete said...

"Devo também admitir que o trabalho realizado pelo Sporting é nobre nesse aspecto!"

Nunca pensei ouvir isto de ti...é nobre da tua parte.

abraço moço grande

 

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