segunda-feira, abril 23, 2007

O Catálogo

“É inevitável,”

Como qualquer ser sociável, também conheço pessoas aqui e ali. No trabalho, nos treinos, na noite, na faculdade, em jantares, na praia, na piscina, no sul no norte, em erasmus ou em viagens travo conhecimento com este(a) ou aquele(a).

A etapa seguinte ao nome é variável, um onde estudas/trabalhas?, que autores gostas?, ou onde vives? são bastante usuais. Contudo, neste momento há sempre uma dúvida que me assalta a tranquilidade: De que clube será esta pessoa que acabo de conhecer?

Como qualquer bom-garfo gosta de ter um bom prato para comer, um adepto gosta de se sentir entre os seus. Uma pessoa é, por natureza, selectiva, gosta de estar com quem se sente melhor! Assim sendo o clube é um factor de desempate naquele impacto de conhecer aquele ser, até pode trabalhar na minha empresa, ter estudado onde estudei, gostar de ir à mesma praia que eu, mas é do Sporting!!! Não quer dizer que não possa vir a ser um grande companheiro, mas aquela tão importante boa primeira impressão fica logo denegrida…

É um pouco como quando a malta pergunta aos amigos se a nova amiga é da mesma rede de telemóvel, fica logo tudo tão mais fácil… Não me esqueço de o T. nos estar a contar uma aventura e perguntam o F. e M. em coro, “e é vodafone?”, “não é 96”, diz o T. … Foi uma primeira impressão constrangedora para todos nós confesso!

E como é tão confortável poder perguntar logo qual o jogo do Benfica que se lembra melhor. Se estou no estádio salto logo as etapas geográficas ou gastronómicas, não há aquela timidez do saber de onde é a pessoa, ou se gosta de salada de alface pois foi lá jantar a casa a convite do irmão.

Este é um filtro que me tem acompanhado ao longo da vida, o meu catálogo mental vai sendo construído dia-a-dia, e é chato ter o capítulo dos pendentes, sem saber se pergunto “Então e o nosso Benfica?” ou se digo “Correu mal / Penalties contra vocês é mentira!”.

“Associo sempre a pessoa ao clube!”