segunda-feira, abril 30, 2007

Faltou um golo!

“Aos 75 minutos,”

Tudo começa da mesma forma, um centro e um golo de cabeça. Em Dezembro de 93 o Figo dedicou o golo ao Cherba. Na altura estava no sofá a ver o jogo, agora baixo os olhos e tento não ouvi-los a festejar no meu estádio. Penso logo que na época passada tínhamos começado a ganhar e depois foi o que se viu!

A primeira parte vai decorrendo e a luz, como sempre aliás, está a calada a ver o jogo. Após uma cabeçada do Katsouranis, e defesa do Ricardo -> golo nosso! Festejo como quando foi o Yuran:) Mas desta vez não corro para a TV, desta vez é o Fabrizio que corre para a bancada! O intervalo chega, está tudo a correr como na altura…

Como sempre faço, começo a procurar relações entre os jogos para me confortar e convencer de que tudo vai correr bem. Claro que a memória apaga os dados negativos! Pois bem, falta só um remate do Isaías e tudo fica resolvido!

Até nem estamos a jogar mal, há domínio, bola roda de um lado para o outro e o Quim vai vendo o jogo. Mas ninguém remata, não há uma bola a saltar para um bom tiro a bater à frente do Costinha. Olho para o tempo e perco a fé, vou para a escada e vejo o fim a chegar pouco a pouco.

A verdade é que a diferença não é só um golo, falta muito mais. Não há JVP, Paneira, Ailton, Shwartz, Kulkov, nem aquele Rui Costa. Não podemos ter sempre essas equipas, mas eu quero, prefiro o Isaías ao Mantorras e o Mozer ao Anderson.

“Deixei de acreditar!”

segunda-feira, abril 23, 2007

O Catálogo

“É inevitável,”

Como qualquer ser sociável, também conheço pessoas aqui e ali. No trabalho, nos treinos, na noite, na faculdade, em jantares, na praia, na piscina, no sul no norte, em erasmus ou em viagens travo conhecimento com este(a) ou aquele(a).

A etapa seguinte ao nome é variável, um onde estudas/trabalhas?, que autores gostas?, ou onde vives? são bastante usuais. Contudo, neste momento há sempre uma dúvida que me assalta a tranquilidade: De que clube será esta pessoa que acabo de conhecer?

Como qualquer bom-garfo gosta de ter um bom prato para comer, um adepto gosta de se sentir entre os seus. Uma pessoa é, por natureza, selectiva, gosta de estar com quem se sente melhor! Assim sendo o clube é um factor de desempate naquele impacto de conhecer aquele ser, até pode trabalhar na minha empresa, ter estudado onde estudei, gostar de ir à mesma praia que eu, mas é do Sporting!!! Não quer dizer que não possa vir a ser um grande companheiro, mas aquela tão importante boa primeira impressão fica logo denegrida…

É um pouco como quando a malta pergunta aos amigos se a nova amiga é da mesma rede de telemóvel, fica logo tudo tão mais fácil… Não me esqueço de o T. nos estar a contar uma aventura e perguntam o F. e M. em coro, “e é vodafone?”, “não é 96”, diz o T. … Foi uma primeira impressão constrangedora para todos nós confesso!

E como é tão confortável poder perguntar logo qual o jogo do Benfica que se lembra melhor. Se estou no estádio salto logo as etapas geográficas ou gastronómicas, não há aquela timidez do saber de onde é a pessoa, ou se gosta de salada de alface pois foi lá jantar a casa a convite do irmão.

Este é um filtro que me tem acompanhado ao longo da vida, o meu catálogo mental vai sendo construído dia-a-dia, e é chato ter o capítulo dos pendentes, sem saber se pergunto “Então e o nosso Benfica?” ou se digo “Correu mal / Penalties contra vocês é mentira!”.

“Associo sempre a pessoa ao clube!”